A viagem de Eliza começou em janeiro de 2010. Sozinha ela andou pelo Marrocos, Cabo Verde, Mali, Etiopia e empacotou a mochila em julho na Africa do Sul. Quem bancou a aventura foram as reportagens produzidas e enviadas para o GNT do percurso.
Mas aí a grana acabou e a vontade de editar o percurso todo apenas começava. Clarissa Guarilha, companheira de outros sonhos, ao lado das Arissas Multimidia abraçou de vez o projeto e começou a enviar a ideia para fundos e pitchings. Mas sabe como é marinheira de primeiro longa… Tem que usar a criatividade: aproveitando a moda do financiamento coletivo que começava a pegar no Brasil, o projeto Africanas entrou no movere.me. Ele arrecadou ao todo R$ 40 mil: um super sucesso para aqueles tempos de crowdfunding. A grana pagou a organização e decupagem do material, o roteiro e o primeiro corte.
Assim, a viagem do filme nasceu nas quatro mãos de Eliza e Daniel Augusto, em novembro de 2011, numa mesa do inverno de Barcelona. Ela ganhou as formas atuais num troca troca de cortes iniciado por Eliza e seguido pela talentosa Eva Randolph. Entre dezembro de 2011 e fevereiro de 2013, num indo e vindo, o filme chegou no corte final numa ilha de edição ensolarada, de frente para uma praia de Ubatuba.
Neste momento Julio Mattos já havia cometido a imprudência de se oferecer para coordenar a pós produção. O Estudio Cisco entrou na co-produção do filme que já tinha até nome: Tão Longe é Aqui. Kira Pereira, amiga de outros tantos projetos, deu densidade e sonho no desenho de audio: o filme virava filme! Damião Lopes mixou tudo caprichosamente no CTAV, no Rio. Pedrinho fez a correção de cor conversar com os humores da viajante em Campinas. Juliana Scheid foi achada pelo google lá no Rio Grande do Sul - era aquele o traço sonhado! - e preparou o cartaz. Em paralelo Arthur Amaral entrava na parceria, criando a arte, num belo escambo laboral.
E aí, quando o Tão Longe já estava a quase a se perder no horizonte, chegou a hora de aportar! Ancorando no Rio de Janeiro, cidade natal de Eliza, o filme estreiou em julho de 2013 na Mostra Competitiva do Femina, ganhando o Prêmio Especial do Juri! E assim, cheio de encontros, de garra, de tempos vivos e dormentes, de calos e encontros deslumbrantes nasceu! E que agora ganhe pernas próprias e ande o mundo!